O que é preciso saber sobre a República Popular Democrática da Coreia - RPDC
para formular muitas perguntas e talvez responder umas poucas...
prof. laurentina menezes valentim
Olhe em seu Atlas: as Coréias são uma península situada ao norte do paralelo 30 graus, avançando sobre o mar do Japão. Têm seu território associado fisicamente a China em sua porção NE, as altitudes médias de seus terrenos não ultrapassam os 1500m. O ponto mais elevado do país está a 2700m. Trata-se portanto de terrenos de baixa altitude e relevo suave (colinas e montanhas). O clima predominante é o temperado continental caracterizado por estações climáticas bem demarcadas, verões moderados e inverno frio, com temperaturas no período chegando aos ─ 2 graus C.
Sua localização junto as bordas das placas Euroasiática e das Filipinas lhe confere alto grau de instabilidade geológica. Ali se dá uma zona de convergência entre placas (consulte seu livro pág 71.), a região é, portanto, sujeita a sismos como terremotos e vulcanismo.
A situação política da Coreia do Norte é muito particular; suscita interesse sua divisão em dois estados, quase que precisamente pelo paralelo de 38 graus. Na fronteira entre as duas Coréias encontra-se uma zona militarizada que reúne um grupo maior que 1.000.000 de soldados entre norte-coreanos, sul-coreanos e norte-americanos.
A existência desta zona militarizada está ancorada na história recente da Coréia, assim resumida:
- Japoneses ocupam a Coréia (unificada ainda, sem cisão entre Coreia do Norte e Coreia do Sul), explorando-a, até a Segunda Grande Guerra.
- Ao final da Segunda Guerra a região é ocupada pelos russos em sua porção Norte e pelos norte-americanos em sua porção Sul. A guerra ideológica travada entre americanos e soviéticos germina a guerra da Coreia e deixa o país em ruínas.
- No ano de 1953, termina a guerra na Coreia, mas os conflitos políticos sucedem. Ocorrem tambem governos militares duríssimos instaurados na Coreia do Sul.
- A ocorrencia da Guerra Fria, explica a presença dos militares norte-americanos na zona militarizada entre as fronteiras coreanas.
- A Coreia do Norte mantém sua orientação política associada aos ideais socialistas e por este motivo, tem uma relação comercial e diplomática delicada com países do entorno, incluído aí o Japão bem como com aqueles, que sustentam relação diplomática e comercial com os EUA. A China, que tem um Socialismo de Mercado, ainda lhe empresta parceria.
- Coreia do Norte e Coreia do Sul são um retalho do mundo bipolar no Pacífico.
Registra a governo norte-coreano, que os EUA obstaculizam a reunificação pacífica entre as duas Coréias, insistindo em ter algum comando sobre o território. O governo norte-coreano rejeita firmemente a idéia de os EUA terem alguma ingerência sobre a região, e quer afastar de uma vez por todas sua presença do local.
Quanto aos testes com armas nucleares, ao que parece o que motiva o governo norte-coreano é anunciar ao mundo sua força e insubordinação ao papel de xerife global, de que se investe o estado norte-americano.
Pyongyang descumpre acordos, não dá atenção as advertências do Conselho de Segurança da ONU, aponta e dispara mísseis na direção do Japão, anuncia que abandonará programas e pesquisa nucleares para em seguida, queixar-se publicamente que os Estados Unidos não podem ser os únicos a deterem armas de destruição em massa. Retoma, então os programas, reinicia pesquisa, realiza testes...
Prossegue afirmando que o país não pode permanecer em paz enquanto as tropas norte-americanas não se retirarem. O governo vocifera, que não reconhece nenhum outro estado soberano na península que não o norte coreano pois a Coreia do Sul não passaria de uma colônia norte-americana.
Sublinha também que os Estados Unidos da América promovem a demonização da Coreia, para mais uma vez justificar uma invasão sob o slogan “A Coreia do Norte é uma AMEAÇA”.
As bombas da Coreia do Norte deixam o mundo inquieto e as tropas norte americanas e sul-coreanas acendem a luz de alerta na península. Voos de vigilância e atenção total, pois o cessar fogo de 1953 não está mais valendo.
Tudo do mesmo de novo -, devemos nos indagar.
Talvez não; parece que os EUA não se encontram em condições de partir para o confronto com a mesma boa disposição que já o fizeram em outras ocasiões...
O governo tem novas cores e, soldados com perfil de Clarck Kent, morrendo ou torturando (tanto faz), não resultam num bom episódio. O norte-americano médio está suando diante da crise, diante da instabilidade e da ameaça que paira sobre seu emprego e padrão de consumo. Atravessou períodos de perdas sucessivas: com o ataque as Torres Gêmeas, a política fracassada de Bush que acirrou o antiamericanismo, o erro de estratégia no Iraque, enfim. ..
Talvez não esteja disposto a perder a comoção positiva que tomou o país e o mundo nas últimas eleições presidenciais. Talvez esteja ansioso por cuidar de lamber as próprias feridas e precise então, delegar um pouco.
A China, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, rompeu a mudez e pediu que a Coreia do Norte interrompesse suas ações e testes nucleares. Estava inquieta e pôs-se a falar contra um seu parceiro ideológico...
Uma retaliação poderosa, pois ninguém pode duvidar da força de Pequim.
O Japão também reagiu, e acionou a ONU, prometendo adotar severas medidas contra o regime comunista. Há justiça em seus temores, pois os mísseis norte-coreanos apontam para a ilha e os japoneses foram os únicos a experimentar os efeitos de armas atômicas. Armas estas, lançadas pelos EUA. Um dos artefatos que desceu sobre Hiroshima, assombrando o mundo e ferindo por toda a História os japoneses, chamava-se Litle Boy.
Não seria inteligente revolver este lodaçal.
Assim as ações de embargo vem sendo acirradas, e a probabilidade é que se invista a exaustão na solução diplomática, evitando ações precipitadas como a que foi tomada em relação ao Iraque.
Provavelmente a reação armada virá apenas desta forma, como reação, e se for necessário reagir a algum ataque concreto da Coreia do Norte, então Pyongyang perde qualquer eventual proteção, por que não há ideologia que possa vir a apoiar a reedição da dor, nos moldes em que foi impingida no único episódio de nossa história, em que um só menininho foi capaz de ferir tantos homens.
Há de se ressaltar que a guerra entre as Coreias não acabou, só foi assinado um cessar-fogo, mas não se sabe até gundo o fogo vai cessar, porque o da Coreia do Norte já está aceso. NOTA: DE ACORDO COM A REFORMA CORÉIA PERDE ACENTO FICANDO COREIA.
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